Livro - Looking for Alaska

1 comentários

Há algum tempo, li um quote sobre esse livro, e a única coisa que conseguia pensar era sobre o próprio.

"I wanted so badly to lie down next to her in the couch, to wrap my arms around her and sleep. Not fuck, like in those movies. Not even have sex. Just sleep together, in the most innocent sense of the phrase. But I lacked the courage and she had a boyfriend and I was gawky and she was gorgeous and I was hopelessly boring and she was endlessly fascinating. So I walked back to my room and collapsed on the bottom bunk, thinking that if people were rain, I was drizzle, and she was hurricane."

A tradução é algo como:

"Eu queria tanto deitar ao lado dela no colchão, colocar meus braços em volta dela e dormir. Não foder, como naqueles filmes. Nem ao menos fazer sexo. Apenas dormir junto, no sentido mais inocente da frase. Mas faltou a coragem e ela tinha um namorado e eu era desajeitado e ela era maravilhosa e eu era esperançosamente entediante e ela era infinitamente fascinante. Então eu andei de volta ao meu quarto e desabei na cama de baixo (se trata de uma beliche), pensando que se as pessoas fossem chuva, eu seria um chuvisco, e ela seria um furacão."

Enfim, o livro de John Green, considerado como o Apanhador no Campo de Centeio da atualidade, não tem nenhuma tradução brasileira. Em sites comuns se acha edições em inglês.
Uma amiga, tão fascinada pelo quote quanto eu, comprou o livro pelo e-bay e me emprestou.

A história se trata de Miles, um total perdedor que é mandado para Culver Creek, um colégio interno. Lá ele conhece e se apaixona por Alaska Young, uma completa... desorientada impulsiva bitch linda.

Digamos que o livro vai além desse simples trecho. É tanta coisa boa junta que você fica perdida. Tantos pensamentos lindos e estranhos que mexem com você. No final você para, olha ao seu redor, os seus amigos, a sua vida, ali, bem diante de você, e pensa em tudo de uma forma diferente.

Não posso negar que demorei para caramba para terminar, sendo que não é grande. Recomendo. Para quem quer treinar o inglês, é ótimo. Agora, para quem não se dá bem com inglês... Ou me ignore ou reze para sair uma tradução oficial.

Nova ambição

0 comentários

Um Moleskine. Já está mais do que na hora de organizar todas as minhas idéias em um único livro, ao invés de 100 cadernos espalhados.


-
EDIT: Andando pela cidade, me deparo com nada mais, nada menos, que a cópia idêntica de Moleskines. Tilibra, de um jeito estranho, copiou a caderneta em todos os detalhes. Quando eu digo todos, são todos mesmo.
O bom é o preço: mais barato. Comprei até duas. Agora é só se inspirar. (ou não)

Esperar.

2 comentários
Eu esperava algo.
É claro, todo mundo espera por algo. Mas eu era movida pela esperança. Uma esperança que criava lembranças, inventava sonhos e fazia-me viver em um mundo repleto de ilusões, de impossibilidades.
Estava tudo acabado, o que era óbvio. Mesmo assim, minha mente guardava os cacos caídos, cortava-se fundo, deixava-se sangrar. Pegava um pedaço de lembrança, revirava-o e achava, no meio de tantas rachaduras, uma fagulha de esperança. Uma vírgula a menos, um olhar a mais.
Continuava acabado.
E mesmo queimando as cartas, rasgando as fotos, parando de cantar as músicas, não escrevendo e ocupando-me, cada vez mais, sempre estivera lá. Antes do sono pregar minhas pálpebras, antes de minha mente descansar, formulava intensas cenas reais, como em uma peça de teatro tão bem escrita que era real. Simulava conversas, brigas, discussões, reconciliações. Reorganizava as estruturas para o que poderia ter ocorrido, o que poderia ter sido falado, mas nunca chegou a ser.
Continuava a doer, incessantemente, também.
Antes de tudo, fora alertada a não esperar absolutamente nada. Falar apenas o necessário. Não ficar muito perto. Fui alertada igualmente de nem ao menos vê-lo. Mas eu precisava. Algo – a esperança, minha mente, meu coração, eu por inteira, tanto faz – precisava saciar meus olhos cheios de memorizações e cenas decoradas. Ver se, com o passar do tempo, esquecera algum detalhe importantíssimo de sua pele, ou da tonalidade de seus olhos, uma curva a menos em seus lábios.
Além de tudo isso, eu continuava a esperar tantas coisas quando te vi. Esperava tanto a ser dito, tudo a ser citado, mesmo com o raciocínio explodindo em minha garganta para dizer o que eu e – esperava – você, também, não queria ouvir.
- Vou embora.
Eu esperava por seus olhos tornarem-se angustiados. Queria sentir em minhas veias a dor em seu olhar, a aflição contida ali com a surpresa de minha presença e da insana novidade. Mas o que vi foram seus olhos negros, pálidos, inflexíveis, encarando-me com dúvida. Entendi que, de tanto lutar contra a esperança vaga e sem sentido, recusei-me de ver tão simples verdade naquele momento, como o sentimento transbordando de seus olhos e os incríveis detalhes de sua face. Recusava-me as fagulhas de esperança. Não as aceitaria nunca mais.
Por tal motivo considerei seu olhar impenetrável como deboche, e não como arrependimento. Mas dentro de mim, em um canto tão oculto quanto meus pensamentos insanos, lia sua expressão sem medo da esperança, muito menos com medo de esperar por algo.
- Você...
Desviei meu olhar do seu. Estava pesando prós e contras para restabelecer as regras de minha sanidade depois daquele encontro, pois era o último. Mesmo assim, antes que falasse qualquer coisa fazendo-me mudar de idéia, tinha decidido que ignoraria qualquer sinal. Tudo isso foi antes de perguntar-me:
- Por quê?
E ao olhá-lo, minha pele vibrou com tamanha agonia e peso em seu temível olhar. Meu corpo inteiro pulsou em correr até você e abraça-lo, dizendo para esquecer tudo aquilo. Mais uma vez, recusei tudo que ele mais queria. Permaneci-me tão congelada quanto estivera em minha chegada. Engoli a imensa bola que se formara em minha garganta e não deixei uma mísera lágrima cair.
- Eu não consigo mais.
Se essas palavras foram cortantes até para mim, em sua expressão, foram como navalhas simultâneas.
Você, então, abaixou seu olhar e procurou concentrar-se em algo no chão, primeiramente, para depois procurar nas paredes, nas mãos, nas roupas, nos meus sapatos, nas minhas roupas, e por fim, em meus olhos.
Naquele momento, meu corpo, com total controle próprio, deu um passo em sua direção, assim como você o fez. Não tinha mais controle de mim mesma. E continuou a dar passos e mais passos, assim como você, até ficar tão perto de seu corpo que um arrepio desceu por toda minha espinha.
Não nos encostamos. Não nos olhávamos nos olhos mais. Quando levantamos o olhar juntos, havia tanta dor ali, tantas palavras a serem ditas, tantos textos a serem recitados, tantas cenas para serem ensaiadas e atuadas. Tudo aquilo dançava em meus olhos e nos seus, como se soubesse daquilo.
Eu esperava algo. E talvez esse algo fossem as palavras, os textos, as cenas, os toques. Esperava que me dissesse o porquê de estar acabado, o que tinha acabado realmente, ou até o que tinha começado, afinal? Esperava saber o que tinha sentido por mim desde o início, as mentiras e as verdades não contadas, talvez até as suas cenas.
E, ainda mais, eu esperava que, tudo que você esperasse, fosse o que eu esperava desde o princípio.
Seus olhos encheram de água enquanto os meus cegavam-me com uma nuvem. Sua cabeça pareceu ir para frente, e eu juraria que ficamos a menos de um único milímetro de distância.
Mesmo com tudo aquilo entalado – em meus pensamentos, em meus pulmões e em minha garganta –, afastei-me, contendo-me. Sussurrei a verdade que eu não queria ouvir e segui até porta, revelando minhas muralhas de bloqueio – uma última palavra, um último toque, uma última esperança sua.
Dali em diante, recusei qualquer mínimo indício de ilusão em minha mente, reconfortando-me com a idéia de ter esperado demais e ter valido a pena. Você correu até a porta, agarrou-me os braços e não me deixou partir, nunca mais. Começou o que tínhamos acabado sem nenhum motivo.
E no fundo, eu sempre soube que, de algum jeito, eu criara tantas cenas que não sabia mais separar o acontecido do imaginado.
Eu realmente queria ter me despedido.

Então.

0 comentários
Resolvi dar um up no blog. O problema principal era o template, que acaba de ser solucionado. O segundo problema são os posts anteriores: antigos, incrivelmente babacas e sem sentido. Apaguei os piores. O meu maior medo é alguém ler os posts e tipo, cair no conceito. Tão engraçado pensar que já escrevi tanta idiotice junta e ainda tive a CORAGEM de colocar na Internet. O que diabos eu tinha na cabeça?
Agora, com menos vergonha e mais senso, vou tentar postar algo que preste com mais frequência.
0 comentários
E de repente surpreendo-me com as mesmas vontades e pensamentos de um ano atrás.

Isso não é nada bom.